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Estava eu, na fila da lanchonete quando, de repente, passou voando na minha frente uma mosca enorme, suja e fedida. Ela simplesmente pousou na ponta do meu nariz e fez, assim, com que eu soltasse um grito, desse um passo para trás, tropeçasse e caísse em cima do Luan, o menino mais lindo da escola, dois anos mais velho e que nunca havia conversado comigo. Ele me segurou em seus braços fortes e definidos e isso, claro, fez com que eu desmaiasse.
Acordei na enfermaria com uma mão grande e forte, mas ao mesmo tempo macia e delicada afagando meu rosto e me fazendo cafuné. Abri meus olhos e me vi olhando para o Luan, ele sorria para mim com aqueles dentes brancos e perfeitamente alinhados, seus olhos verdes ficavam ainda mais estonteantes na luz que entrava pela janela e cobria seu rosto.
- Está tudo bem com você? – disse ele com uma voz lindamente grossa e com um hálito perfeito de menta que me fez tontear e levar a mão a cabeça – juro que nunca vi uma menina desmaiar por causa de uma mosca.
- Nem eu – disse.
Caímos na gargalhada e ele disse:
- Luan, terceiro ano “b”, foi um prazer salvar você!
- Ah, claro! Sou a Carol, primeiro ano “a”, obrigada por me salvar! Virou o meu herói!
Ele deu um sorriso tímido e disse:
- Acho que já posso te levar para a sua sala não é?
- Claro! – eu disse me sentando na maca com um pulo – Há quanto tempo estamos aqui?
-Umas duas horas eu acho.
- Sério? Você ficou esse tempo todo aqui?
- Claro, eu não ia te deixar sozinha e desmaiada nem por um milhão de anos!
Ai meu Deus, ele é tão fofo! Claro que eu posso começar a esquecer, ele nunca vai querer alguma coisa com uma garota como eu.
Saímos da enfermaria e fomos para a minha sala cantando e dançando “Nós andamos iguais”. Ao chegar na sala ele bateu na porta. Gerson, meu professor de biologia, a abriu:
- Posso ajudar?
- Vim trazer a bela adormecida aqui. – disse o Luan apontando para mim.
- Ah, sim! Me contaram, entre Carolina.
- Se cuida, a gente se vê por ai.
Luan então deu um beijo em minha testa e afagou meu cabelo, obvio que eu me derreti toda por dentro e que o meu estômago se encheu de borboletas. Dei muita sorte de ninguém da sala ter visto pois, assim, minha amizade, ou meu projeto de amizade, com o Luan ficaria em segredo o que, provavelmente, tornaria nossa aproximação mais fácil considerando o fato de que meninas de todas as idades me matariam para que eu as apresentasse a ele.
A aula acabou e eu estava de costas arrumando a minha mochila quando a Lisa, minha melhor amiga a anos, chegou do meu lado e, com sua cara de curiosa compulsiva, me perguntou:
- E ai? Como foi?
Eu não queria contar detalhes a ela, tudo bem que éramos amigas a anos mas Lisa não era do tipo que conseguiria guardar segredos sobre um assunto relacionado ao menino mais gato da escola.
- Não aconteceu nada Li, nada mesmo! – disse eu revirando os olhos.
- Ah, droga! – disse ela fazendo um gesto com o braço que ela sempre usava de acompanhamento a essa frase.
Saímos da sala e, ao chegar a porta da escola, me despedi de Lisa, coloquei os fones de ouvido do meu Mp4 e sai andando pelo caminho que eu percorria todos os dias na volta de casa. Depois de andar alguns metros senti uma mão me cutucando pelas costas, tirei os fones do ouvido e me virei. Devo confessar que me assustei um pouco com a visão dos deuses que tive naquele instante, era o Luan com o meu chaveiro de vaquinha, meu preferido por sinal, nas mãos.
- Você deixou cair...
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