quarta-feira, 29 de dezembro de 2010

ela estava certa - parte 2

- Que pensar garota, deixa de ser fresca!
- Ta bom, ta bom, vamos pedir ajuda pra ele, mas você fala!
- Pode deixar!
Contamos tudo para o Rodrigo e ele disse que ajudaria e que eu poderia ficar tranquila por que meu segredo estaria seguro com ele, passou algum tempo e ele realmente me ajudou, me ajudou mesmo mas mesmo assim não deu certo, chegou num ponto que o Caio já sabia mas brincou com meus sentimentos até o dia que eu desisti e disse para mim mesma: "Ele não te merece, deixa de ser tola e parte pra outra", eu sofria muito, fui no fundo do poço de tristeza mas bati o pé lá e saí reluzente, pronta pra outra e foi nessa saída que eu e o Rodrigo nos aproximamos e viramos melhores amigos.
Passaram-se uns dois meses e minha melhor amiga, a Luísa, me apresentou seu melhor amigo, o Júlio. Conversa vai, conversa vem, nos apaixonamos, ficamos por um tempo e ele me pediu em namoro.
O Rodrigo me conhecia, e me conhece até hoje, melhor do que ninguém, sabia de tudo que acontecia comigo e sabia também que eu não estava muito feliz no namoro, foi ai que ele virou pra mim e me disse:
- Loira, que dia você vai terminar com o Júlio ein? Eu, você e todo mundo sabe que ele não tem nada haver com você e que você está com ele porque ele te ama muito e você não quer machuca-lo como o Caio te machucou.
- Talvez, mas talvez eu o ame...
- Pensa bem Anninha, você não pode sacrificar a sua felicidade por um cara que você nem mesmo ama.
- É, eu sei, prometo que vou pensar...
- Eu sei que vai, disse ele me dando um beijo na testa.
Cheguei em casa, me deitei e comecei a pensar no que o Rodrigo tinha me dito, eu realmente não amava o Júlio e isso estava claro pra mim desde que a gente começou a namorar mas ele era especial pra mim e eu o considerava muito, por isso acabei deixando rolar pra ver se eu conseguia contruir alguma coisa e de fato consegui, mas não passou de uma amizade muito bonita.
Duas semanas depois, eu terminei com o Júlio, foi um termino sem trumas, tranquilo mas é claro que ele sofreu, não tinha jeito.
Em todo esse tempo eu e o Rodrigo viramos mais que amigos, eramos praticamente irmãos e sempre as pessoas diziam que iamos ficar juntos e nós dois negavamos e tentavamos explicar, sem sucesso por sinal, que era apenas uma amizade muito forte e que iria continuar assim.
Umas duas semanas depois foi a festa de uma das minhas melhores amigas e é claro, que eu estava lá, linda e poderosa. Um menino chegou em mim a festa toda e eu decidi ficar com ele, o problema é que meu exnamorado estava lá e viu a gente ficando, resultado, no outro dia ele acabou explodindo e falando um monte de merda comigo, eu chorei muito, me senti super magoada mas acabei engolindo, tudo bem que eu nunca mais confiei nem tive a mesma consideração com ele que eu tinha antes, mas, paciência, é a vida. O Rodrigo quase me mata, me deu uns "puxões de orelha" também e me disse que eu não devia ter feito isso, não na frente do Júlio mas também disse que eu não tinha mais nada com ele, por isso ele não tinha o direito de ter me chingado como ele fez.
O tempo foi passando e nossa amizade foi aumentando, até que...

segunda-feira, 20 de dezembro de 2010

ela estava certa - parte 1

HISTÓRIA REAL!

- Eu odeio esse garoto com todas as minhas forças, ele desperta o que há de pior em mim Sandrinha, você acredita que aquele idiota teve a coragem de ficar me chamando de gorda e pelancuda durante toda a aula de hoje? - disse eu com lágrimas de ódio e chateação para minha amiga no telefone.
- Calma Anna, você ta fazendo o que ele quer! Olha ai, vai chorar por causa de um idiota que só quer te irritar? E tem mais, sabe o que eu acho? Eu acho que la no fundo vocês dois se amam e ainda ficam juntos, vocês brigam, brigam e brigam mas ainda ficam juntos!
- Credo Sandra! Para de me agorar garota, ta doida?
- Não to doida não, só conheço os dois o suficiente pra tirar minhas conclusões. Vou ter que desligar aqui amore, tenho que levar a pirralha da minha irmã no ballet!
- Hahaha - ri - Só lamento! Vai lá!
- Beijo! E vê se para de chorar por que ele não merece as suas lágrimas!
- Pode deixar! Tchau! - disse eu desligando o telefone.
Me deitei na cama e fui pensar em tudo que ele havia me dito, eu sabia que eu não era aquilo e que estava realmente fazendo o que ele queria mas por mais que eu tentasse eu não conseguia ignora-lo e muito menos ignorar a opinião dele e isso me matava. Imersa em meus pensamentos eu acabei dormindo e, como sempre, sonhando com o Caio, meu amor secreto, nosso colega de sala que a algumas semanas havia balançado o meu coração mas como as pessoas sempre tem que ter um defeito, ele era o melhor amigo do rodrigo e, como ele, vivia me atentando, mas e daí? Os melhores amores nascem assim não é? Ou será que não...
Acordei atrasada, para variar, mas isso não me deixar de me arrumar até que ficasse perfeita. Quando cheguei na escola com toda a expectativa de ver o Caio, adivinha? Ele não havia ido na aula. Quando pensei que não Sandrinha me puxou num canto e me disse:
-Já sei como você vai se aproximar do Caio!
- Como? Fala, fala, fala! - disse empolgada
- Por que você não pede ajuda ao Rodrigo ein? Ele não é o melhor amigo do Caio?
- Você ta louca garota? Bebeu? Se eu contar para o Rodrigo é capaz de ele sair contando para a escola inteira que eu gosto do Caio, eu não confio nem um pouquinho nele!
- Mas eu confio, acredite em mim, você vai confiar também, ele é meu amigo e você sabe disso, e outra, eu também acho que já esta mais do que na hora de você dois pararem com essa briga idiota e super criança de vocês e agirem como dois adolescentes civilizados! E você também não tem escolha não é dona Anna Claúdia Gomes? O Rodrigo é a sua última esperança de conquistar o Caio... E ai, topa?
- Não sei não, vou pensar...

quarta-feira, 15 de dezembro de 2010

" valeu, foi bom, adeus"

Eu não aguentava mais ficar com uma pessoa com quem eu não gostava, eu tava sofrendo muito por engana-lo e sabia que se eu levasse isso adiante ficaria uma coisa muito séria e ele e eu sofreriamos mais com o termino. Foi então que eu decidi, ta na hora de terminar com ele.

Respirei fundo e disquei aquele númerozinho que só andava nas chamadas recebidas do meu celular, o telefone dele. Esperei pensando "Não atenda, por favor, não atenda", e é claro que ele atendeu:

- Oi minha linda!
- Oi Jú! Onde você tá? - não sei nem como eu tava conseguindo falar, nessas alturas do campeonato eu queria escorrer ralo abaixo.
- To em casa Analu, por que? E que voz é essa?
- Não é nada não, você pode passar aqui em casa mais tarde?
- Por que, aconteceu alguma coisa?
- Não, não, só quero conversar com você - Minha vontade era dizer: "Sim, aconteceu, eu não te amo mais e quero terminar com você!", mas seria covardia, eu devia a ele, pelo menos, um término decente e cara a cara.
- Ta bom, to saindo daqui.
- tu, tu, tu, - foi só o que eu ouvi depois.

Fui assistir televisão para ver se relaxava, mas nada, parecia que minha ansiedade e nervosismo pioravam até que a campainha tocou e com ela meu coração deu um salto do tamanho do mundo.

Eu atendi e era ele, ele me deu ei, entrou e tentou me dar um beijo mas eu virei o rosto disfarçadamente. Mandei ele entrar e sentar no sofá, ele o fez e eu comecei o meu discurso que vinha sido treinado a quase uma semana:

- Júlio, me espera terminar de falar pra depois você falar.
- Ta bem - disse ele com cara de assustado.
- O negócio é o seguinte, eu estava pensando e cheguei a conclusão de que meu amor por você acabou virando amizade e eu não acho certo eu te enganar e principalmente enganar a mim mesma com esse namoro, eu sei que você me ama mas eu não consigo fazer isso sem te amar da mesma forma como eu te amava quando a gente começou a namorar. E você anda me pressionando muito pra gente transar, eu não quero isso, não estou preparada e você ainda vem me dizendo que era pra eu tomar isso como uma prova de amor por você, mas eu sinceramente acho que isso não é prova de amor para ninguém, prova de amor é você esperar a minha hora certa, eu sei que você não quer esperar para perder a sua virgindade mas eu quero esperar para perder a minha e não tem homem no mundo que vai fazer o que eu quero contra a minha vontade. Com essa confusão toda de você me cobrando o amor que eu tinha por você acabou e eu não consigo mais te amar da mesma forma que eu te amava antes, me desculpe mas eu acho que está mais do que na hora de a gente terminar.
- Você é louca garota? Quem você está achando que é para terminar comigo ein? Voc~e é só mais uma que foi usada por mim para satisfazer as minhas vontades, só que com você foi diferente porque eu não consegui o que eu queria.
- E nem vai conseguir, seu grosso sem educação! Eu nem sei como eu pude aguentar tanto tempo perto de você, e eu que achava que você era diferente, que era especial, uma dica para você, você não fica com mais nenhuma menina que eu conheço porque eu vou falar para elas tudo que você fez comigo!
- E você não fica com nenhum amigo meu porque todos eles vão saber a garota chata que você é!
- De gente da sua laia eu já estou farta Júlio, agora me dê licença porque eu tenho mais o que fazer!

Ele foi embora e eu me senti com um peso fora das costas, eu havia me enganado com ele mas tudo bem, o importante é que eu não caí na lábia dele e não fiz o que ele queria contra a minha vontade.

FIM!

domingo, 12 de dezembro de 2010

Chiclete

Terceiro dia de aula em uma escola estranha, eu não era mais o excluido, na verdade nem tinha chegado a ser, estava na turma dos meninos populares mas, ainda não tinha liberdade total com as meninas populares, e a Clarissa, a mais popular, linda e por sinal, a que tinha feito meu coração bater mais forte, nunca havia conversado comigo e muito menos me dado um oi.

Até que, naquele intervalo, eu estava, como de costume, sentado em minha cadeira. Abri um chiclete, coloquei na boca e comecei a mascar delicadamente, foi ai que eu vi aquele longo cabelo castanho e aqueles olhos verdes nos quais eu me perdia se virando em minha direção. Seus cabelos balançavam ao vento a medida que ela se aproximava de mim naquele rebolado perfeito que só ela tinha. Meu coração palpitava, estava em pulo quando ela sentou ao meu lado, abriu a boca por onde saiu um delícioso cheiro de menta fresca e me disse com a mais doce voz de anjo que eu já havia ouvido em toda a minha vida:

- Me dá um chiclete?

segunda-feira, 6 de dezembro de 2010

Bendita mosca - parte final (:

Acordei no domingo umas 11 horas com a minha irmã pulando na minha cama e me dando mil beijinhos, foi bem gostoso. Ela me pediu para ler uma história, deitou-se ao meu lado e eu a li. Nos levantamos e, enquanto eu trocava de roupa e escova os dentes ela dançava, ou tentava dançar, balé no meu quarto. Vendo aquela cena muito fofa eu, que fazia balé desde os três anos decidi treiná-la um pouco e alimentar sua fantasia de um dia se tornar uma bailarina como eu, com sapatilha de ponta e saias rodadas. Não demorou muito para o Fred vir nos chamar para o almoço, descemos os dois com ela dependurada em nossos pescoços. Todos os domingos era eu quem servia a Luísa, fazia um prato que imitava uma carinha porque, assim, ela comia absolutamente tudo que dávamos a ela. Terminado o almoço fomos para a sobremesa, deliciosas bananas split preparadas pela minha mãe com sorvete caseiro de baunilha, cauda de caramelo e bananas carameladas com canela e açúcar. Ela realmente era muito boa na cozinha.
Decidimos assistir um filme em família, era uma comédia e rimos muito. Depois do filme fui fazer um trabalho enorme que eu tinha que entregar na segunda, terminei só as oito da noite quando eu tomei banho, coloquei a Luísa na cama, ela me pediu freneticamente para fazer isso, li uma história para ela, vi um e-mail engraçadíssimo com o Fred, dei boa noite a meus pais e, finalmente, consegui me deitar e dormir umas nove e meia.
Devo confessar que acordei com muito medo, iria ver o Luan na escola e isso não seria nada fácil. Me arrumei, tomei meu café da manhã e pedi meu pai para que me deixasse na escola de carro, falei que estava com preguiça, mas na verdade eu não queria era correr o risco de encontrar o Luan no caminho. Meu pai acabou me levando depois de eu insistir muito e fazer aquela pressãozinha psicológica.
Cheguei na escola e fui direto para a minha sala, estavam todos comentando a respeito da festa da Anna e eu acabei entrando no papo para me distrair, estavam todos comentando quem havia ficado com quem e tudo estava bem até que alguém soltou:
- Conta pra gente Carol, como foi ficar com o Luan?
- Ahn? – fizeram todos, inclusive eu mesma.
- É isso mesmo Carolina, nós já sabemos que você ficou com o Luan Barreto do terceiro ano.
- Sabemos? – alguém perguntou.
Lisa estava apática e eu sabia que isso iria me causar problemas com ela.
- Eu não fiquei com o Luan Barreto coisa nenhuma, ele apenas tentou me beijar, só isso, nós dois não temos absolutamente nada!
A Lisa se levantou e saiu, eu fui atrás dela para contar o ocorrido e pedir desculpas por não ter contado antes, mas eu sabia que ia demorar um pouco para ela me desculpar.
- Li, posso falar com você? – perguntei.
- Fala. – respondeu ela da forma mais seca e rude possível.
- Me desculpe por não ter te contado, mas não é nada do que você estava pensando, ele só tentou me beijar para fazer ciúmes em uma menina em quem ele está interessado, a Carla do segundo ano, sabe quem é? E ai nós ensaiamos um pouco durante a semana para sair tudo perfeito na festa e acho que saiu. Combinamos que se perguntassem, o que provavelmente ia acontecer, iríamos falar que ele tentou me beijar, mas que eu não deixei. Só isso. – tentei mentir.
- Carolina, eu te conheço a seis anos, e eu sei exatamente quando você está mentindo para mim. Pode começar a me falar a verdade, o que aconteceu?
- Eu me apaixonei. – respondi com os olhos cheios de água.
Ela me deu um abraço super reconfortante, a Lisa sabia exatamente como eu precisava de um abraço quando estava triste, deixei caírem algumas lágrimas antes de contar tudo a ela, tudo mesmo, inclusive a minha conversa com o meu irmão, ela ouviu pacientemente e no final disse:
- Agora é só esperar para ver se ele vai reagir e o que vai acontecer não é mesmo?
- Aham.
Respondi enxugando minhas lágrimas enquanto o sinal batia e nosso, sempre pontual, professor de história entrava na sala e começava a escrever seu nome no lado esquerdo do quadro.
A aula passou voando e minha cabeça, novamente, estava no terceiro ano, quando o sinal do intervalo bateu fui até a lanchonete comprar um suco e, assim que sai, dei de cara com a Lisa que havia saído para beber água no finalzinho do horário.
- Carol –gritou ela – você tem que ir ao pátio agora!
Ela me puxou pelos corredores e, chegando ao pátio, vi a banda do Luan com todos os equipamentos montados se preparando para o que parecia ser um show. Ele estava lá, era o vocalista e estava absolutamente lindo.
- Pessoal, eu queria um pouco da atenção de vocês, por favor. – disse ele – Na última semana eu conheci uma garota muito especial na fila da lanchonete, nós começamos a conversar e bem, o resto essa música vai falar.
Eles começaram a cantar uma música linda que contava os nossos momentos mais legais, no final da música ele disse:
- Essa música foi escrita por mim para a Carol, ou Cá, como eu costumo chamá-la, do primeiro ano “a”. Cá, você pode vir aqui?
A essas alturas eu já estava roxa de vergonha e, ao mesmo tempo, com os olhos cheios d’água de tanta emoção, sai andando com forças que eu não sei de onde tirei e parei ao seu lado.
- Cá, eu estou aqui na frente da escola inteira para dizer que aquela bendita mosca me fez conhecer uma garota muito especial mesmo, que eu te amo e para lhe perguntar algo, você quer namorar comigo?
- Sim – respondi com os olhos brilhando.

sábado, 4 de dezembro de 2010

Bendita mosca - parte 4

Meus olhos se encheram de lágrimas, meu coração parecia ter virado uma uva passa de tão pequeno e murcho que ficou, todas aquelas borboletas subiram até a minha garganta e formaram lá um nó imenso, eu me virei e, como um impulso, saí correndo na direção da piscina tentando esconder a primeira de muitas lágrimas que estavam para escorrer pelo meu rosto.
Estava sentada na beira da piscina quando senti aquela mão forte e delicada tocar meu ombro esquerdo, ele se sentou na minha frente e disse:
- Cá, me desculpe, ela simplesmente me atacou.
- Está tudo bem – eu disse – não se preocupe comigo, afinal, o que eu estava pensando? Que rolava alguma coisa entre mim e o menino mais lindo da escola, eu fui uma burra mesmo, uma burra! – eu disse me levantando e andando para a direção oposta a ele – Me desculpe você por te encher e te fazer passar por essa situação ridícula.
Ele puxou meu braço de uma vez, me virou e me beijo ternamente, o melhor beijo da minha vida por sinal, suas mãos percorriam minha nuca até entrarem no meu cabelo, era como se cargas elétricas percorressem por todo o meu corpo e tilintassem em meus ouvidos de uma forma realmente gostosa. Quando o beijo acabou ele me afastou e olhando, com aqueles olhos lindos, em meus olhos me disse numa voz perfeitamente doce:
- Cá, eu sei que pode parecer cedo, que nos conhecemos a apenas dois dias, mas você quer namorar comigo?
Acho que o meu cérebro deu uma volta de 360 graus naquele instante, todas aquelas borboletas desceram de volta para o meu estômago e lá ficaram voando saltitantes, então eu respondi:
- Não Luan, me desculpe, mas não. Você nem ao menos gosta de mim dessa forma, sei que está me pedindo em namoro porque está com pena do meu coração partido e, de qualquer forma, você acabou de ficar com a Jaqueline e isso prova que você estava com ela e que mentiu para mim, afinal é isso que vocês, garotos populares, fazem não é mesmo? Vocês procuram várias meninas bonitinhas, fazem um charme para que elas se derretam e na primeira oportunidade ficam com elas na frente de todo mundo para dar uma de garanhão para os amigos depois não é mesmo? Me desculpe, mas por mais que você seja lindo e que eu sinceramente goste de você eu não quero ser mais uma que você vai sair mostrando para seus amigos que conseguiu.
- Eu não acredito nisso Cá, tudo que eu falei para você, você não acredita em nada?
- Não Luan, não acredito. Eu tenho certeza de que você só fez aquele papinho para conseguir ficar comigo e me mostrar para aqueles seus amigos idiotas!
- Lógico que não Carol, não tem nada disso, eu realmente gosto de você e tudo que eu falei com você foi a mais pura verdade!
- Depois desse beijo com a Jaqueline, nada mais parece verdade vindo de você. Boa noite Luan!
Saí de perto dele, tentando ser o mais forte possível e não chorar, devo confessar que foi bem difícil, mas eu ia conseguir. Fui até o banheiro e retoquei a minha maquiagem que estava um tanto quanto derretida devido ao choro. Saí de lá como outra menina, forte e decidida de que iria aproveitar a festa com as minhas amigas e não iria derramar mais uma lágrima se quer por causa dele, afinal, ele era apenas mais um menino por quem eu ia me apaixonar, eu tinha 15 anos, muitos outros viriam e se eu fosse sofrer por cada um deles minha vida seria repleta de lágrimas e tristezas.
Curti aquela festa como nenhuma outra, me diverti a beça e dancei como louca até a hora de ir embora que, na minha casa, era as 4:00 horas da manhã, ou seja, quando a festa ainda estava começando.
Cheguei em casa e cumpri meu ritual pós festa, lavar o rosto, retirar toda a maquiagem, tomar um banho, guardar minha roupa e meus sapatos, arrumar a cama, me deitar, rezar e dormir.
Acordei pela manhã com minha irmã de dois anos, a Luísa, cutucando a ponta do meu nariz e falando:
- Tóin, tóin, tóin!
- Bom dia linda! – disse a ela.
- Bom dia Calolina!
Puxei-a para o meu lado e comecei a fazer cosquinhas em sua barriga, ela era sem dúvidas o bebê mais gostoso de todos, além disso eu não brigava nunca com ela, ao contrário do que eu fazia com o Fred, meu irmão que era três anos mais velho e já estava na faculdade, esse entrou no quarto devido às nossas gargalhadas para ver o que estava acontecendo, estávamos os três sozinhos em casa como em todo sábado de manhã. Ele pulou na cama e ficamos os três brincando e fazendo cosquinhas, foi então que eu me lembrei do que havia acontecido e comecei a chorar levemente, ela se deitou ao meu lado e ele fez o mesmo, começou a afagar meu cabelo. O Fred era um idiota na maior parte das vezes, mas eu sabia muito bem que eu podia contar sempre com ele, sempre que eu estava mau era com ele que eu conversava e tirava minhas dúvidas, apesar das brigas ele era um bom irmão e meu melhor amigo no mundo todo. Contei a ele o que havia acontecido, ele sentou na cama e me perguntou:
- Carol, esse Luan não é o Luan Barreto é?
- É sim.
- Carolina, você é doida? Ele só fica com quem ele gosta e só pede para namorar uma menina que ele goste de verdade mesmo, já até o chamaram de frouxo por causa disso. Cá, eu sinto lhe falar, mas ele com certeza gosta mesmo de você e você foi bem bobinha em dizer tudo aquilo para ele.
- Jura?
- Juro!
- Ai meu Deus, e agora Fred?
- Cá, se ele realmente gosta de você como parece que gosta ele vai fazer alguma coisa para reconquistar a sua confiança, faz um pouco de charme, nós homens também gostamos de correr atrás de quem a gente gosta, ai você cede e cai nos braços dele!
Ele o disse com uma cara muito engraçada e indescritível que demos muitas gargalhadas e começamos de novo com as cosquinhas até que a Luísa disse algo próximo de:
- Eu vou fazer pipi se vocês não palalem!
Decidimos por bem parar e eu dei uma idéia:
- Gente, e se formos para a pracinha brincar um pouco?
- Legal! – gritou a Luísa.
- Acho que tudo bem, tem tanto tempo que não vamos lá todos juntos não é mesmo? – respondeu o Fred.
- Realmente, vou preparar uma cesta de piquenique para a gente levar. – eu disse entusiasmada.
Fui direto para a cozinha, fiz algumas panquecas, assei alguns cupcakes e fiz uma jarra bem grande de suco de laranja, depois de tudo arrumado na cesta com uma bela toalha xadrez fui trocar de roupa, coloquei uma roupa bem leve, chinelos e fomos.
Adivinha quem encontramos lá? Sim, Luan Barreto e seu irmão de três anos brincando na caixa de areia, a Luísa, é lógico, quis que eu a levasse aonde? Na caixa de areia! Levei-a e chegando lá disse:
- Oi Luan, tudo bem?
- Cá, por favor, me desculpe e tente acreditar que eu gosto de você de verdade!
- Desculpa Luan, mas é muito difícil para mim acreditar nisso, pensa bem e veja o meu lado também.
- Eu sei, mas eu vou te provar que eu gosto de você, você vai ver!
- Tudo bem, vamos Lú?
Peguei a Luísa e fomos para nossa toalha de piquenique comer o nosso lanche, estava realmente gostoso e eu fui muito elogiada pelos dois, devo confessar que herdei os dotes culinários da minha mãe. Quando chegamos em casa coloquei o Fred e a Luísa para arrumarem a bagunça que eu havia feito na cozinha com a desculpa de: “Eu cozinhei e vocês não fizeram nada para me ajudar então vocês limpam a minha bagunça.”, era a desculpa que minha mãe usava para nos fazer arrumar a cozinha aos domingos.
Fui para o quarto e liguei o computador, já havia um tempinho que eu não mexia devido aos meus estudos puxados, entrei no Orkut e no MSN e lá fiquei por algum tempo até que minha mãe e meu pai chegaram de sua trilha matinal e decidiram que iríamos almoçar fora.Tomei um banho bem gostoso e demorado, vesti, novamente, roupas leves, passei um pouco de rímel, blush e gloss porque eu também não sou de ferro, desci e encontrei todos sentados no sofá com cara de poucos amigos por estarem me esperando a uns quinze minutos, justifiquei que estava com areia por todo o corpo e por isso tinha demorado no banho, mas a verdade real é que eu tinha tido uma crise de choro no chuveiro me lembrando do meu encontro com o Luan pela manhã. O Fred que me conhecia muito bem entendeu o recado do: “estava suja de areia” e veio para o meu lado me dar um abraço.

Minha mãe nunca foi das mais presentes na minha vida amorosa, mas sabia quando algo estava errado por causa da ligação do Fred comigo, quando ele e eu estávamos carinhosos um com o outro e não estávamos brigando podia-se saber que eu estava com problemas, isso não era exatamente comum porque minha vida amorosa não era bem ativa, mas acontecia às vezes. Sendo assim ela me chamou no quarto para pegar algo, chegando lá ela me perguntou:
- Carol, está acontecendo alguma coisa?
- Não mãe. – menti.
- Cá, eu sei que alguma coisa está acontecendo e sei também que tem haver com menino, eu conheço você e seu irmão, quando vocês dois estão unidos pode – se saber que algo está errado com o coraçãozinho de um de vocês. Tudo bem se não quer me contar, eu te entendo, mas se quiser, eu estou aqui para o que você precisar viu?
Uma das melhores coisas na minha mãe é que ela sabia respeitar o nosso espaço e não ficava o tempo todo enchendo o saco para saber o que estava acontecendo, ela nos dava a liberdade de falar ou não o que estava acontecendo, não se metia muito nas nossas vidas, mas dava sempre a segurança de que estaria lá para o que precisássemos.
- Tudo bem mãe. – respondi.
- Te amo minha pequenininha! – disse ela apertando as minhas bochechas – Agora vamos!
 Saímos do quarto e fomos para a sala onde todos nos esperavam, fomos ao restaurante, almoçamos e depois decidimos dar uma volta no shopping para tomarmos um sorvete. Todos gostávamos do mesmo sabor: baunilha. Tomamos o sorvete e eu minha mãe fomos à minha loja de roupas preferida para vermos se havia algo legal, achei o short mais lindo de todos e que também estava super na moda.
- Mãe, por favor, eu preciso desse short para sobreviver! – Olha o drama!
 - Meu Deus do céu Carolina, você tem uns 150 shorts!
- Mas mãe, por favor! Eu não tenho nenhum que está tão na moda quanto este!
- Tudo bem Carolina, tudo bem!
Ela acabou comprando o short, eu era muito boa com pressão psicológica quando eu queria. Fomos para casa e chegando lá eu voltei para o computador, mas dessa vez para jogar “um pouco” de The Sims, acabei passando o resto da tarde, um pedaço da noite e da madrugada jogando, devo confessar que era meio viciante.
Acabei decidindo dormir, banho novamente, ritual para tirar a maquiagem, cai na cama e não demorei 5 minutos para apagar, eu estava realmente morta, tanto emocionalmente quanto fisicamente.

sexta-feira, 3 de dezembro de 2010

Bentida mosca - parte 3

- Demorei?
- Imagina, valeu a pena.
Saímos andando e conversando em direção a escola.
- Sabe Carol, ontem a noite eu fiquei me perguntando uma coisa.
- O que é?
- Será que você vai na festa da Anna Cláudia no sábado que vem?
- Aham, vou sim, e você?
- Agora eu vou – disse ele dando o meu sorriso preferido.
Acho que estou meio confusa, não é possível, Luan Barreto está dando em cima de mim, acho que estou realmente vermelha agora.
- Luan, posso te perguntar uma coisa?
- Claro Cá, posso te chamar assim?
- Pode sim. Você está realmente namorando com a Jaqueline do segundo ano?
- Claro que não, aquela menina é insuportável, quem lhe disse isso?
- Bom, está rolando esse papo na escola toda.
- Sério? Não, não estou. Estou absolutamente solteiro.
- Hum, só para saber mesmo. – confesso que fiquei bem feliz com a notícia e tive que lutar um pouco para não deixar transparecer o sorriso que teimava em crescer no meu rosto.
Chegamos a escola bem na hora, entramos e logo um dos amigos dele o chamou, nos despedimos e eu fui para a minha sala onde Lisa me esperava ansiosamente com mais cinco meninas. Elas estavam quase quicando na cadeira de curiosidade quando Lisa me perguntou:
- Como assim Luan Barreto é seu vizinho de porta e você não nos conta nada Carolina Goes?
- Eu juro que eu não sabia, descobri ontem depois da aula. Calma gente, ele é só uma pessoa normal.
- Ah, fala sério Carol, ele é o cara mais lindo da escola e você também achava isso até ontem, vai falar que você não se derretia toda por ele? – perguntou a Vitória
- Me derretia sim, mas agora eu sei que ele é um cara como outro qualquer.
 Claro que não era isso que eu realmente pensava dele, mas eu não podia deixar transparecer nem um pouco o que eu achava que estava acontecendo entre mim e ele. Isso seria uma espécie de suicídio já que todas as meninas gostariam de estar no meu lugar.
A aula, ainda bem, ia começar, não consegui prestar muita atenção em todos os horários, minha cabeça estava lá no terceiro ano.
 Na hora do intervalo resolvi ficar na sala escutando música e conversando com as minhas amigas. Estávamos conversando sobre sutiãs coloridos, assunto normal entre nós, quando ouvi aquela voz que me fazia derreter:
- Cá, posso falar com você – era o Luan com um sorriso lindo de morrer.
- Claro. – disse levantando-me e indo em direção a porta onde ele estava encostado.
- Vem aqui, quero lhe apresentar a alguns amigos meus.
- Mas, para que?
- Digamos que eles queriam saber quem é a garota linda que chegou comigo hoje de manhã, me desculpe por isso.
- Ah, tudo bem!
Devo confessar que me senti estranha com isso, os amigos do Luan, todos gatos, do terceiro ano querendo me conhecer porque me acharam bonita? Digamos que eu não estava muito a vontade com toda essa atenção, eu sou realmente tímida e nunca repararam em mim, pelo menos eu acho.
- Galera, essa é a Carol, minha amiga e vizinha.
- Oi gatinha! – disse um deles que era conhecido por Kiko.
- Oi. – respondi desconfortável.
Todos me deram beijinhos na bochecha, eu estava realmente com vergonha e me sentindo uma daquelas meninas que só andam no meio dos garotos se oferecendo e tentando ser popular sabe? Então inventei uma desculpa e fui para a minha sala.
- E ai, como foi lá? – perguntou a Lisa quando eu entrei na sala.
- Foi estranho, ele me apresentou a uns amigos que, segundo ele, o pediram para apresentar à “garota linda” com quem ele chegou hoje de manhã.
- Como assim, você veio com ele? – perguntou espantada a Raquel.
- Aham, quando eu estava saindo de casa ele também estava então viemos conversando.
- Carol, o Luan está dando em cima de você! – afirmou a Anna.
- Claro que não gente, por que ele daria em cima de mim?
- Por que não daria Carolina? – disse revoltada a Lisa – Cá, se liga e deixe de ser besta amiga, você é linda! Seu cabelo é perfeitamente liso na raiz e cacheado de forma incrível nas pontas, é preto como carvão, você não é nem branca demais nem morena, está mais para rosada, sua boca é perfeitamente desenhada e seus olhos de um verde incrível, você é alta, magra e seu corpo é super proporcional. Nunca teve uma espinha na vida e tem uma pele absolutamente linda, unhas perfeitas e o sorriso mais verdadeiro que eu já vi na vida. Acho que está na hora de você se olhar no espelho um pouquinho e aprender a ver a sua beleza.
- Não sei não Li, te juro, não acho que ele ia querer nada comigo...
- A não, eu desisto Carolina, desisto mesmo!
- Tudo bem, eu vou provar para vocês, ele vai na sua festa Anna, veremos se ele vai querer alguma coisa comigo.
- Tudo bem, veremos. – disse a Anna.
A aula recomeçou e passou voando, no final eu estava, tradicionalmente, arrumando minha mochila quando você - sabe - quem bateu na porta e disse:
- Cá, será que você não quer companhia para ir pra casa?
- Ah, tudo bem – disse eu sorrindo.
Saímos da escola em silêncio, o clima estava estranho, mas eu realmente não queria falar nada, estava um pouco envergonhada devido ao episódio com os amigos dele.
- Cá, hoje no intervalo, foi tão estranho para você quanto eu acho que foi?
- Sinceramente? Foi sim, eu devo confessar que eu me senti um tanto quanto desconfortável e um pouco desrespeitada pelas brincadeiras dos seus amigos.
- É, eu sei, imaginei que você tivesse se sentido assim. De qualquer forma, me desculpe, já falei com eles e te garanto que não irá acontecer de novo.
- Luan, eu não quero que você brigue com seus amigos por minha causa...
Ele me interrompeu colocando o dedo sobre o meu lábio e disse:
- Cá, eu não sei como te dizer isso mas eu realmente não acho que eles são meus amigos de verdade, eu não me sinto exatamente bem quando estou com eles, a impressão que eu tenho é que eles só querem se aproveitar da minha popularidade sabe? Eles são o tipo de amigo que se eu precisar eu não vou poder contar, será que você me entende?
- Não exatamente, mas seja como for, deve ser muito ruim só ter amigos com quem você sente que não pode contar.
- Não são todos, eu fiz uma que, bem, eu não sei se já posso contar, mas é uma pessoa com quem eu me sinto à vontade, confio e acho que posso contar... – ele disse dando um sorrisinho torto.
- E quem é essa?
- Bom, o nome dela começa com Caro e termina com lina.
- Acho que eu a conheço – eu disse rindo – pode ter certeza de que ela sente o mesmo em relação a você e que você pode contar com ela para tudo.
- Obrigada Cá, obrigada mesmo! – ele disse com um sorriso super sincero e me dando um abraço tão sincero e gostoso quanto.
- Você vai hoje na festa da Anna não é? – perguntei.
- Vou sim, você também vai não é mesmo?
- Aham – respondi dando-lhe um beijo na bochecha e caminhando em direção à porta de casa.
Entrei em casa e almocei, tinha salão as cinco e como estava muito cansada decidi dormir até as quatro. Me levantei, tomei banho e fui para o salão fazer a unha e o cabelo, eu tinha que estar perfeita nessa festa, seria minha primeira festa como amiga do Luan. Bem que eu queria que acontecesse algo nela, mas eu não podia me iludir, tinha que me contentar com o título de “amiga verdadeira”.
Chegada a hora da festa eu estava pronta, mas decidi que iria esperar um pouco mais para que não chegasse com a festa vazia.
Decidi sair com meia hora de atraso e assim que entrei avistei o Luan na pista de dança, ele estava absolutamente perfeito, seu cabelo estava ligeiramente bagunçado e ele estava com um terno preto e, por baixo, uma camisa rosa, sem gravata e com um tênis meio esportivo preto, meu estômago, é claro, se encheu de borboletas purpurinadas. Acenei para ele e enquanto ia lhe cumprimentar a Jaqueline, do segundo ano, veio em sua direção, o virou e deu-lhe um beijo forte.